O Google está sendo acusado de ter coletado dados ilegais de redes Wi-Fi abertas no mundo todo. A empresa será obrigada a prestar esclarecimentos na Justiça brasileira sobre a forma que as informações foram coletadas enquanto capturavam as fotos para composição do Street View, em 2010.
A companhia norte-americana foi acionada pelo Instituto Brasileiro de Política e Direito da Informática (IBDI) para saber exatamente quais informações foram captadas e principalmente para questionar o que foi feito com todos os dados.
Como os dados foram captados?
Na época, carros do Google transitavam pelas ruas de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte registrando imagens de todos os locais para compor o serviço de localização online Street View. Através de um equipamento que era acoplado ao veículo e transmitia as imagens diretamente para os servidores do Google, a empresa teve acesso a redes domésticas abertas de Wi-Fi e coletou algumas informações sobre usuários brasileiros.
A principal preocupação não é o fato de que os dados foram “roubados” pelo Google, mas sim por que este serviço que teoricamente serviria para captar imagens passou a coletar dados? E, vamos mais além, o que eles estavam procurando entrando em redes domésticas de Wi-Fi desprotegidas?
A 23ª Vara Cível de Brasília expediu em 09 de julho uma liminar para que o Google fornecesse todas as informações em no máximo 5 dias após a intimação (que ainda não fora expedida), caso este prazo seja descumprido, a empresa deverá pagar uma multa diária de R$ 15 mil.
Momento preocupante
Todas essas acusações e intimações vêm à tona exatamente no momento em que o mundo inteiro está preocupado com as revelações do PRISM e, tratando-se de Brasil, investigações sobre espionagens de dados de usuários pelo governo americano.
Até onde nossas informações estão protegidas na Internet?
Enquanto usamos e-mail, telefone, Facebook, Twitter, buscamos informações no Google ou navegamos pela internet é gerado um tipo de informação chamado de metadado. Através destas informações são feitas as espionagens virtuais.
